União Europeia adota novo regulamento para promover fábricas de IA no âmbito da Empresa Comum EuroHPC

O Conselho da União Europeia adotou, el 17 de junho, uma alteração ao Regulamento da Empresa Comum para a Computação Europeia de Alto Desempenho (Empresa Comum EuroHPC), de modo a incluir o desenvolvimento e exploração de fábricas de Inteligência Artificial (IA). Esta alteração dá-se na sequência dos objetivos propostos pelo Regulamento da Inteligência Artificial, entrando em vigor no próximo dia 9 de julho.

O que prevê o Regulamento da Empresa Comum EuroHPC?

A Empresa Comum EuroHPC foi criada em 2018 e tem como função desenvolver uma infraestrutura de supercomputação de nível mundial, combinando os esforços e os recursos da União Europeia (UE), dos países europeus e de parceiros privados.

Os principais objetivos da Empresa Comum EuroHPC prendem-se com (i) o desenvolvimento, implementação, alargamento e manutenção na UE de um ecossistema de infraestruturas de dados e serviços de supercomputação seguros e conectados; (ii) o apoio ao desenvolvimento de um sistema de supercomputação orientado para a procura e centrado no utilizador; (iii) o desenvolvimento de aplicações otimizadas e (iv) o alargamento da utilização desta infraestrutura de supercomputação a um elevado número de utilizadores públicos e privados.

Entre as várias aplicações possíveis da supercomputação, salienta-se a sua utilidade para (i) investigação médica, (ii) antecipação de condições meteorológicas e monitorização de alterações climáticas, (iii) combate à cibercriminalidade, e (iv) aumento da cibersegurança para proteção de infraestruturas críticas.

Desde a sua criação, a Empresa Comum EuroHPC adquiriu nove supercomputadores, localizados por toda a Europa, inclusive em Portugal.

O que são fábricas de IA?

As fábricas de IA são entidades que fornecem uma infraestrutura de serviços de supercomputação de IA. Estas fábricas devem incluir um supercomputador dedicado à IA, um centro de dados associado e serviços de supercomputação orientados para a IA.

Os supercomputadores dedicados à IA serão utilizados, principalmente, para desenvolver e testar modelos de treino, aplicações e soluções no campo da IA.

As atividades realizadas nas fábricas de IA estarão acessíveis a utilizadores públicos e privados, sendo que tanto as start-ups como as PMEs terão condições de acesso específicas.

O que muda com a alteração ao Regulamento?

O Regulamento alterado vem agora prever a possibilidade de a Empresa Comum EuroHPC promover e explorar fábricas de IA. Tal permitirá à Empresa Comum realizar atividades nos domínios da aquisição e operação de supercomputadores otimizados para a IA, a fim de permitir uma aprendizagem automática e um treino de modelos de IA de finalidade geral.

Está também previsto um apoio financeiro da UE para as entidades que acolham as fábricas de IA, o qual permitirá cobrir até 50% dos custos de aquisição de supercomputadores dedicados à IA e até 50% dos seus custos de funcionamento.

A capacidade de supercomputação da UE tornar-se-á assim mais acessível às start-ups e às PMEs europeias, permitindo que estas possam treinar os seus modelos de IA e desenvolver os seus projetos nesta área.